segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ilustrações da personagem principal da história de Luísa Ducla Soares - "O Monstro"

Após a leitura da história "O monstro" de Luísa Ducla Soares in “Seis Histórias às Avessas” os alunos da turma 3B realizaram a ilustração da personagem principal deste conto. Ficaram bonitos! Foram escolhidas as melhores ilustrações para colocar na biblioteca escolar da nossa Escola.
Aqui podem ler a história...
 O MONSTRO
Era uma vez um bicho. Estava ele muito sossegado da sua vida a tomar banho de mar, quando de repente… zás! se viu preso nas malhas de uma rede.
 - Mas que estranho monstro! – gritaram os pescadores ao descobrirem-no no meio do carapau.
- Mas que estranho monstro! – exclamou o director do Jardim Zoológico ao metê-lo numa jaula.
- Mas que estranho monstro! – concluiu o veterinário ao verificar que não bebia água, nem leite, nem vinho, não comia peixe, nem carne, nem ovos, nem pão, nem fruta… nem nada! Também não vivia do ar com certeza, pois dia a dia encolhia. Só quando passava o carrinho que dá a volta ao jardim, o bicho se erguia, cheirava o ar, escancarava a boca. Porque será? – perguntava o veterinário. E resolveu levá-lo a andar no carro a ver se uma saída lhe abria o apetite. O que então aconteceu, ninguém podia imaginar.
O bicho arrancou o tampão da gasolina, mergulhou a tromba no depósito e pôs-se a chupar, a chupar, a chupar. Barafustava o motorista:
- Olhem como o malandro me gasta a gasolina! Riam os miúdos e batiam palmas. Até que o veterinário o puxou a custo, com medo de que o animal morresse de indigestão. Daí por diante, três vezes por dia, o monstro tomava um biberão de gasolina. No mês seguinte, três vezes por dia, tomava um bidão de gasolina. No ano seguinte, três vezes por dia, tomava um camião de gasolina. A direcção do Jardim Zoológico não aguentava a despesa. Quis vendê-lo. Mas ao preço a que a gasolina está, quem é que o queria comprar? - Um monstro destes é uma ruína para o país, tem de se matar a bem da nação – decidiu o presidente da República. Mas o veterinário, ao saber da sentença, deixou-o fugir. Cada noite uma estação de serviço era assaltada. Gasolina, gasóleo, óleo, tudo o que fosse feito de petróleo não escapava. Era engolido. O presidente da República tornou a decidir:
- Tem de se matar o monstro. A nação precisa de petróleo. Tinha acabado de proferir estas palavras quando um petroleiro se afundou na baía de Cascais. Ondas de petróleo taparam o oceano, taparam o rio, taparam as praias. Os curiosos bisbilhotavam. Os fotógrafos tiravam fotografias. Os sábios faziam projectos para salvar Portugal do petróleo quando, de repente, viram o monstro avançar para o mar, de boca aberta. Por onde passava, a areia ficava branca, a água de novo ficava azul.
- Que monstro fantástico! - Mágico!
- Mas que animal sensacional! Quando toda a maré negra foi devorada, o presidente da República condecorou-o no Palácio de Belém. Todo o governo bebeu vinho do Porto à saúde do monstro mas para ele abriu-se, naturalmente, uma garrafa de gasolina super. E, nesse mesmo dia, a Lisnave contratou-o para limpar, no rio Tejo, petroleiros de todo o mundo.
 Luísa Ducla Soares
 In Seis Histórias às Avessas

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